terça-feira, 18 de agosto de 2015

Bisavós e avós dos avós dos avós....




Descobri uma coisa nos últimos dias.

Eu já sabia que meu pai é primo de minha mãe, por isso sou Silva e Silva. Os avôs por parte de pai de cada um deles eram irmãos: Dionísio e Flodoardo Martins da Silva.

Recentemente, descobri que a avó de minha mãe, casada com Flodoardo e cunhada de Dionísio, está também ligada a outra parte de minha família. O avô de meu pai por parte de mãe, meu bisavô, era parente dela. Meus dois bisavós de lados diferentes da família também eram parentes, assim como aqueles citados acima.

Minha bisavó, avó de minha mãe, mãe do meu avô, foi Zélia Cunha de Lima, filha de Senhorinha da Cunha Silveira com Albino Conceição de Lima. O avô materno de meu pai foi Clementino Bica de Almeida, filho de Severiano de Almeida e de Eulália Barbosa Bica. Clementino Ferreira Bica, nascido em 1812, deu origem aos ramos da árvore que alcançaram Zélia Cunha de Lima e Clementino Bica de Almeida, cada um por seu lado.

Soube disso passeando pelos textos de Genealogia Tropeira, Volume VI, organizado por Cláudio Nunes Pereira.

É divertido ver que, no começo de tudo, todos estavam no mesmo barquinho! Lá por 1750... todos chegaram ao Rio Grande...

João Ferreira Bica, nascido em 1729, casou-se com Florência do Sacramento e teve família numerosa. Um dos filhos foi Manoel Ferreira Bica, nascido em 1787. Ele teve Clementino Ferreira Bica, nascido em 1812, que foi avô de Clementino Bica de Almeida, por parte da mãe, Sra. Eulália Barbosa Bica, nascida em 1857. Clementino casou-se com minha bisavó, Maria da Glória Prates de Araújo, avó materna de meu pai.

João Ferreira Bica também foi pai de João Ferreira de Morais em 1769, irmão de Manoel, 18 anos mais moço [verificar]. João casou-se com Maria Joaquina de Jesus. Ele teve Guiomar Maria de Jesus e esta casou-se com Francisco da Cunha Silveira, antepassados de Zélia da Cunha Lima, minha bisavó.


Assim, dois irmãos Bica, filhos de João Ferreira Bica, deram origem a dois "lados" de minha família, diferentes do lado Silva!!




domingo, 9 de agosto de 2015

Cruz Alta/RS



 Estrada de Carretas



As primeiras sesmarias recebidas por Matheus e Agostinho Soares da Silva situavam-se entre Cacequi e São Francisco de Assis, na costa oriental do Rio Ibicuí. Posteriormente, receberam e compraram outras sesmarias. As irmãs e seus cônjuges, quando da concessão das sesmarias, podem tê-los acompanhado para seus novos locais de moradia, ou podem ter permanecido na companhia dos pais em Santo Amaro ou local próximo. Aos poucos, investigaremos... O testamento dos pais de Matheus foi aberto em 1810, em Rio Pardo.

Nesta época, já existia a estrada que, através de São Martinho — pouco ao Norte de Santa Maria e através das futuras Cruz Alta e Passo Fundo, alcançava a Vacaria. Em meados de 1812, “dois Milicianos” por ela transitaram sem serem molestados, embora se deva supor que uma pequena escolta de Milicianos Guaranis os tenha acompanhado (Moacyr Domingues).

Dados de 1818, aproximadamente,  indicam a divisão primitiva das terras do Planalto Médio.

O povoamento das missões se originou nos distritos de Cruz Alta. Naquela região, os irmãos Matheus e Agostinho Soares da Silva tomaram posse de terras. A relação de posse de terras que apresentaremos nesta postagem mostra os nomes dos irmãos na posse da Fazenda Céu Azul, próxima ao Ivaí, na atual Júlio de Castilhos.

Boa parte dos primeiros povoadores da região fixaram-se a partir do tropeirismo. Eram paranaenses ou paulistas que vieram do Norte, saindo de Sorocaba, Itu ou Itapeva, em São Paulo, ou Curitiba, Castro, Ponta Grossa e Lapa no Paraná e chegando a Lages em Santa Catarina ou aos campos de Cima da Serra (Santo Antônio da Patrulha), Vacaria e Lagoa Vermelha no Rio Grande do Sul, num primeiro momento e, às Missões ou Cruz Alta e Passo Fundo, no Planalto Médio, num segundo momento.

Posseiros, compradores ou sesmeiros, podemos nomear os fazendeiros que ocuparam os espaços onde outrora existiam as estâncias jesuíticas. São frequentes as referências aos rios e aos campos da geografia, bem como aos antigos nomes de estâncias e postos organizados pelos jesuítas.

Moacyr Domingues acreditava que, se conseguirmos descobrir os primeiros ocupantes dos campos às margens da Estrada de Carretas, seus dependentes e agregados, teremos identificado os verdadeiros pioneiros do povoamento da região.

Vejamos os nomes então, dos primeiros posseiros da região de Cruz Alta:

Gabriel Rodrigues de Carvalho, chegado à região cerca de 1810, ocupou os terrenos onde hoje assenta a cidade Cruz Alta., à beira mesmo da Estrada de Carretas.

José Tomás da Silva, que consta ter vindo no mesmo ano, estabeleceu-se pouco além, para os lados do Lagoão, à margem oposta da Estrada. O Capitão João José de Barros, em frente a José Tomás da Silva, tendo a Estrada de permeio; seu Irmão, o Alferes Antônio José de Barros, logo adiante de José Tomás da Silva, ao longo da margem direita do Arroio Lagoão.

Manuel Joaquim de Albuquerque que presumimos parente dos irmão Barros, apoderou-se de uma grande extensão de campos desde o Lagoão até o atual Caxambu, aquém, porém, de Belisário, que lhe ficou ao Nascente; mas sua casa parece que se situava nas cercanias do atual Passo do Inglês.

Antônio Moreira Pais localizou-se justamente onde existiriam vestígios da Capela do Menino Jesus e da Alta Cruz, erigidas pelos Jesuítas e onde se aglomeraram os primeiros moradores. Firmino da Silva Moreira, próximo ao povoado.

Na Encruzilhada, ponto onde a Estrada se bifurcava para Botucaraí, radicou-se o morador mais antigo da região, Antônio Moreira da Silva

Vidal José do Pilar, em meados de 1814, ocupou campos entre o Ivaí e o Ingaí, distantes da Estrada. Conseguiu diversas sesmarias, umas requeridas para si, filhos e genros e outras adquiridas de pessoas que já as haviam requerido. Localizou sua enorme área de campos e matos, na costa do Jacuí, desde o lvaí até a Fortaleza dos Valos. Foi ele que redigiu e encaminhou ao Comandante da Fronteira o requerimento solicitando a demarcação do futuro povoado, como a transferência dos moradores do primitivo agrupamento que ficava duas léguas ao Sul. Entre Vidal e a Encruzilhada estabeleceu-se José Joaquim Batista, procedente, com ele, da Vacaria. João José da Barros, incentivador da mudança do povoado, localizou-se por ali.

Fidélis Militão de Moura, parente dos Barros, embora não consangüíneo, chegado pelo ano de 1823 (em 22 batizou o filho Lucidoro no Triunfo) foi-se colocar nos fundos do campo do Alferes Antônio, no Rincão dos Valos.

Cel. João Baptista de Oliveira Mello, cidadão afidalgado, foi chefe político em São Martinho. Integrando informações na árvore genealógica, observa-se que este senhor casou-se com uma neta de Matheus Soares da Silva: Iria Pulquéria da Pureza, filha de Constância Joaquina da Pureza, nascida em Santo Amaro em 1783. Ajudante Antônio de Mello Rêgo também consta estabelecido no Rincão dos Mellos.



Joaquim Thomaz da Silva Prado, que também conseguiu diversas sesmarias, localizou— as desde o Arroio Corticeira, hoje Fiúza, pegando o Palmeira, o Alegrete até o Divisa. Joaquim Júlio da Costa Prado aparece como posseiro entre os Arroios Corticeira e Palmeira.



Manoel José da Encarnação chegado à região em meados de 1822, apossou-se das terras situadas entre os Arroios Corticeira e Porongos, hoje Caxambú. Mas Prado, não satisfeito com tanta terra, ainda invadiu a propriedade de Encarnação, de que resultou prolongada questão judicial, com ganho para este. Estância Encarnação, dos herdeiros de Manoel José da Encarnação, hoje Distrito de Panambi. Manuel se situou longe da estrada, provavelmente porque o que havia mais perto já estava ocupado.


Os chamados “Campos do São Miguel”, talvez devido a excelência de suas pastagens, desde muito cedo despertaram o interesse de Ricardo Antônio de Melo, ainda que distanciados da Estrada. Através deles passava o ramal para Botucaraí, que os aproximava de Rio Pardo.

José da Moura e Silva e José Thomaz da Silva, ambos ao Norte do futuro povoado. Bernardino José Lopes, para as bandas do atual Três Capões. Sargento-mór Francisco de Paula e Silva, Barão do lbicuí, estância do Pinhal. Sargento-mór João Gonçalves Padilha, na sesmaria que tomou o sou nome.

José Macedo de Quevedos, no Rincão que tomou o seu nome; mandou construir uma Capela, hoje Vila Igrejinha dos Quevedos.

Nazário José de Vargas, no rincão que tomou o seu nome. Cel. Joaquim Luiz de Lima, Barão de lnhanduí, costa esquerda do ljuizinho. João Lopes Gavião, na costa direita do mesmo. Major francês, Victor Dumoncel, vindo do Rio da Prata, repontando uma linda tropilha de picaços,


Manoel Gomes da Moraes adquiriu por compra a estância do Lagoão, à margem esquerda deste, com cerca de duas léguas de campo e um dos maiores capões da zona.


Manoel Esteves Veríssimo da Fonseca, vindo com a família, à cavalo e com cargueiros, desde Minas Gerais, ficou ao Oeste, no boqueirão que se chamou de Cadeado.

João Raymundo da Silva Santos, no fundo do Cadeado. José Manoel Lucas Annes, na zona posteriormente Rincão de Nossa Senhora. Francisco Antônio Carpes, a Leste do primitivo povoado. Antônio de Souza Fagundes, José Bernardo Fagundes, Zeferino dos Santos, no Cadeado, hoje Capela. José Caetano de Carvalho e Souza na Guarda da Conceição. Manoel Gonçalves Terra, no atual Rincão de Nossa Senhora.

Domingos AIves dos Santos, na histórica estância da Conceição.

Cacique Batú, na sesmaria São Francisco Solano, dividindo ao Norte com a Conceição.

João Nunes da Silva, na Estância Tupanciretã, dos Jesuítas, com o Posto de São Tomé. Manoel Antônio Severo, na Guarda de São Pedro. Jacinto Pereira Henriques, sobre o Arroio Caneleira.

Matheus e Agostinho Soares da Silva, na sesmaria Céu Azul, à direita do lvaí. Luiz José da Silva, sobras de campos ocupados por Agostinho Soares da Silva, costa do lvaí, 1818,


Antônio Rodrigues Padilha, próximo à Guarda de São Pedro.


João Vieira de Alvarenga, onde localizou-se o Povo Novo, de cuja área foi ele o doador.

Ana Cândida Vieira, à margem direita do lvaí, em 1817. Manoel da Rocha e Souza, ao Norte do Guassupi, 1818. Maria lnácia de Ávila, campos denominados Geribaté, dividindo ao Norte com Luiz José da Silva, 1818.

General José Luiz Mena Barreto, entre Conceição e São João (São Martinho).

João Antônio Bicudo, na costa do Guassupi, que vendeu a F. Trindade, doador da área para o Povoado de São Martinho.

Dados obtidos em: http://www.genealogiacorrea.com.br/GENTROP7.pdf

São Martinho/RS


Segundo distrito de Cruz Alta

A Genealogia Tropeira organizada por Cláudio Nunes Pereira, Volume III, p.22, disponível em http://www.genealogiacorrea.com.br/GENTROP7.pdf,  conta que...


Logo após a conquista das Missões, em 1801, a região passou a ter um Comandante Geral. O Comandante era subordinado ao governo da Capitania, depois Província, atual Rio Grande do Sul.

O Comandante acumulava funções militares e civis. Sua jurisdição, no Planalto Médio, se estendia até o Mato Castelhano, a atual Passo Fundo. Apenas uma parte do Planalto ficou dependente do Comandante de Rio Pardo, à margem esquerda e oriental do Rio Jacuí, que viria a constituir o Distrito de Cima da Serra de Botucaraí, mais tarde Soledade.




As Missões foram dividias em 6 Distritos, cada qual com um Comandante, que funcionava como preposto do Comandante Geral e, como este, acumulava funções militares e civis.

Cruz Alta, depois Espírito Santo da Cruz Alta, constituía o 6º Distrito e seu primeiro Comandante foi o Tenente de Guerrilhas Antônio Pinto da Silva. Sua designação parece ter sido feita em meados desse ano de 1819 e ele exercia também o comando do vizinho Distrito de São Martinho, onde viveram nossos antepassados.

Competia a Antônio Pinto da Silva formar: “o seu Corpo de Guerrilhas, pronto a marchar à primeira Ordem”.

Em 1820, foi preparado um “Plano de Organização das Companhias do 4º. Regimento de Cavalaria de Milícias na Província de Missões”, segundo o qual haveria uma Companhia em cada um dos 6 Distritos.

O Distrito de Cruz Alta foi assim descrito: “É situado entre as vertentes dos Rios Jacuí e Ijuí; o seu comprimento é de mais de 20 léguas e sua largura entre as ditas vertentes se ignora. Pode dar a sua Companhia que é a 6ª, 37 homens”.

O Plano de Organização das Companhias foi assinado em São Borja a 17 de Agosto de 1820 pelo Coronel José Maria da Gama Lobo Coelho d’Eça, futuro Barão de Saicã. O mesmo Coronel propôs os seguintes oficiais para a 6ª. Companhia (Distrito da Cruz Alta):

1) para Capitão, o Alferes Bento Lopes Meireles;

2) para Tenente, o Sargento Antônio Tavares Freire;

3) para Alferes, o Porta- Estudantarte Boaventura Soares da Silva.

Boaventura Soares da Silva era neto de Matheus Soares da Silva. Quem seriam os demais militares?

O território cruz-altense ficou assim limitado:  “pela parte do’ Norte. com o Mato Castelhano; pelo ‘Leste com o circulo da Serra Geral; do lado do Oeste com os Bosques de uma e outra parte do Rio Ijui, seguindo por este até o Povo da São João;- e pelo Sul com o Rio Toropi, seguindo a .sua principal vertente até á Coxilha geral que se encaminha do Povo de São Miguel, compreendendo este, o de São João, Santo Ângelo, e a Capela de São Martinho.



Em 1834, a Câmara de Cruz Alta dividiu seu território em seis distritos.

 São Martinho era o 2º Distrito de Cruz Alta.

Os limites de São Martinho eram: ao  Norte com as divisas do 1º distrito, ao Sul com “a Serra Geral”; ao Leste com “mesma serra” e a Oeste ‘com o Toropi e pontas do Jaguari, dividindo-se com o Termo de São Borja.


sábado, 8 de agosto de 2015

Desbravando a Província de São Pedro





Por longo período, os açorianos que se deslocariam para as Missões mantiveram-se em Santo Amaro, no caminho para Rio Pardo. Não era seguro percorrer as áreas ainda não povoadas pelos portugueses.



Os açorianos que aguardavam suas datas em Santo Amaro puderam avançar pelo continente com o Tratado de Santo Ildefonso.


Somente em 1801, com o Tratado de Badajós, o que estava firmado no Tratado de Madri voltou a vigorar e as missões puderam ser ocupadas pelos açorianos e militares que até então aguardavam nas proximidades de Rio Pardo.

Em 1763 a Vila de Rio Grande tinha, aproximadamente, 1.500 habitantes; a futura Porto Alegre, 500, Gravataí, 1.000 guaranis missioneiros e tranqueira do Rio Pardo, cerca de 200 famílias. Em 1774, os espanhóis construíram o forte de Santa Tecla em Bagé. 

Grande parte das propriedades da região de Cruz Alta estava de posse de famílias de nascidos no Paraná e em São Paulo, filhos de tropeiros e/ou de milicianos que participaram da transferência dos açorianos para suas datas. Estes militares adquiriram ou receberam terras quando chegaram ao destino.

Em 1814, o total da população da Província de São Pedro era de  70.656 habitantes; Rio Pardo era a maior cidade com 10.445 habitantes, seguida de Cachoeira com 8.225, depois Porto Alegre com 6.111 e Rio Grande com 3 590 habitantes. O restante dos municípios tinham uma média populacional de 2.450 habitantes.

Quanto à composição da população da Província, havia 32.300 pessoas de cor branca de ambos os sexos, equivalendo 45,8% do total; 20611 negros escravos de ambos os sexos, 29,9%; 8655 indígenas, 7,7%; e 5.399 "livres" que não declararam a cor, 12,3%, ou considerados "de todas as cores" no texto que tomamos como fonte.


http://www.grupodehistoria.com.br/resumos/historiariogrande.pdf

Santo Amaro/RS

Entre 1740 e 1769 iniciou-se a formação de uma rede de cidades mais consolidada com Viamão (1740), Santo Amaro, Rio Pardo (1750), Jaguarão (1752), Cachoeira (1753), Triunfo (1754), Gravataí (1755), Pelotas (1763), São José do Norte (1763), e Taquari (fundada em 1764). A estratégia da coroa portuguesa permanecia sendo a ocupação e defesa do território. Em 1750, aproximadamente, foram estabelecidas estâncias no interior do Rio Grande e na região do Vale do Rio Pardo. Os açorianos entraram a partir de 1752 intensificando o povoamento da área.

Mesmo após o término dos conflitos guaraníticos, o grupo composto por militares e açorianos que ocuparia terras na região das Missões aguardou durante quase 20 anos para receberam suas “Datas”. Boa parte deste tempo de espera se passou na localidade de Santo Amaro, em Triunfo.

Datas = (lotes de terras) de 281.250 braças quadradas (2.200 m x 616 m = 135,5 hectares).

Em 1757, no Porto d’Ornellas, Porto dos Casais (Porto Alegre), Jerônimo Vasconcelos Menezes de Ornellas passou a administração da propriedade ao filho Raimundo de Ornellas e mudou para Villa de Santo Amaro (Triunfo).

O texto de Luiz Antônio Alves, Economista. Genealogista. Membro da Casa dos Açores do Rio Grande do Sul, indica nomes de açorianos sediados em Santo Amaro, de 1757 a 1801. 

“Consta em uma lista pesquisada pelo Padre Tomás Clarque, primeiro vigário de Triunfo, que no ano de 1757 ingressaram neste território 35 casais açorianos, nominalmente citados na tal lista, sendo estes acampados no porto de Santo Amaro, à espera de terras oficialmente prometidas” .

São 80 nomes, com as respectivas ilhas de origem. A lista reúne tanto açorianos vindos de Porto Alegre, quanto aqueles que fugiram de Rio Grande quando esta foi atacada por Argentinos/Espanhóis em 1760. 

1) André Jacinto (S Jorge) e Felícia do Sacramento (S Jorge); 

Pai de José Jacinto Pereira, casado com Genoveva Maria de Bitencourt Pereira, irmão do Barão de Antonina e do Barão de Ibicuí.
André Jacinto foi padrinho quando solteiro: Ana 297.Fl. 78; 30/12/1756; Ana; fleg. Manoel Rodrigues e Maria Teresa; ambos naturais da Ilha do Faial bisp. de Angra freg. de Santa Catarina no lugar de Castelo Branco; A. P.: Lourenço Rodrigues e Josefa de Freitas, naturais da mesma freg.; A. M.: Manoel de Medeiros e Catarina Vieira, naturais da mesma freg.;
Padrinhos.: André Jacinto e Maria de Meireles, solteiros; são dos casais de Santo Amaro

2)Antão Pereira Machado (S Jorge) e Maria de S Antônio (S Jorge); 


Antônio Caetano (Terceira) e Rosa Perpétua de Jesus (Terceira); 
Antônio Dutra Fialho (Pico) e Anna Maria (Pico); 
Antônio Francisco Mendes (Fayal) e Maria Santa (S Jorge); 
Antônio Francisco da Silveira (Fayal) e Gertrudes do Rosário (Fayal); 
Antônio Garcia (Fayal) e Anna Maria (Fayal); 
Antônio Gonçalves Brandão (Pico) e Teresa Maria (Pico); 
Antônio José de Vargas (Fayal) e Maria Josefa (Terceira); 
Antônio José Roiz (Graciosa) e Apolônia Maria de Jesus (S Jorge); 
Antônio Lopes (S Jorge) e Izabel Maria (S Jorge); 
Antônio Machado (S Jorge) e Felippa da Conceição (S Jorge); 
Antônio Machado de Oliveira (S Jorge) e Mariana de Jesus (S Jorge); 
Antônio Machado Netto (S Jorge) e Rita Maria do Rosário (S Jorge), 
Antônio Nunes (Terceira) e Anna Maria do Nascimento (S Jorge); 
Antônio Pereira Nunes (S Jorge) e Bárbara de S Thomé (S Jorge); 
Antônio da Silveira Gomes (Fayal) e Francisca Josefa do Livramento (S Miguel); 
Antônio Teixeira Cardoso (S Jorge) e Maria do Rosário (Terceira); 
Caetano José (Graciosa) e Teresa de Jesus (Graciosa); 
Felipe José (Fayal) e Maria Rosa (Fayal); 
Francisco Cardoso (Terceira) e Suzana Maria de Jesus (S Jorge); 
Francisco da Costa (S Miguel) e Anna Maria (S Maria); 
Francisco do Couto Machado (Terceira) e Maria de S Francisco (S Jorge); 
Francisco Dutra (Fayal) e Agueda de S Matheus (Fayal); 
Francisco Ignácio (S Jorge) e Maria Joaquina (S Jorge); 
Francisco Machado Leão (S Jorge) e Maria do Nascimento (S Jorge); 
Francisco Nunes da Costa (Terceira) e Vicência Clara (Terceira); 
Francisco Pereira da Luz (S Jorge) e Rosa Maria de Jesus (S Jorge); 
Francisco Pinto Cezimbra (S Miguel) e Rita Maria (S Jorge); 
Francisco Rodrigues Goulart (S Jorge) e Maria Antõnia (S Jorge); 
Francisco da Rosa (Fayal) e Maria Rosa (Fayal); 
Francisco de Souza Cardoso (Fayal) e Rosa Maria (Fayal); 
Francisco Xavier de Assunção (S Jorge) e Maria D’Ávila (S Jorge); 
Henrique Ferreira (S Miguel) e Joanna Maria (S Jorge); 
Jacintho Martins da Silveira (S Jorge) e Izabel ... (S Jorge) = Jacinto Matheus da Silveira e Isabel Francisca de Bittencourt. - ok
Joaquim Francisco Ramos (Fayal) e Maria Josefa da Conceição (Pico); 

x) João de Borba Machado (Terceira) e Mariana de Jesus (S Jorge); 
Batizaram: Pedro, 209.Fl. 54; 15/09/1754; Pedro; fleg. João de Borba Machado e Mariana Teresa de Jesus; ele natural da freg. de Santa Cruz da vila da Praia na Ilha Terceira, ela de Ribeira Seca da Ilha de São Jorge, ambos no bisp. de Angra;  A. P.: Manoel Machado e Domingas da Conceição, naturais da vila da Praia; A. M.: Pedro Gregório e Maria Pereira, naturais da Ilha de São Jorge;
Padrinhos: José Gracia Dutra e Eufrásia Maria da Conceição, filhos de João Garcia Dutra; todos moradores na freg. de Viamão.
O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”
João Rodrigues (Terceira) e Mariana Lopes (Terceira); 
José Caetano (S Maria) e Francisca de Souza (S Maria); 
José da Costa (S Miguel) e Maria dos Anjos (Terceira); 
José Dias (Fayal) e Rosa Maria (S Jorge); 
José Francisco Vieira (S Jorge) e Anna Rosa Joaquina (S Jorge); 
José Machado de Cerqueira (S Jorge) e Maria da Assenção (S Jorge); 
José Martins Faleiro (Terceira) e Jacinta Rosa (Terceira); 
José do Nascimento (Fayal) e Rosa Maria (S Jorge); 
José de Ornellas e Souza (Terceira) e Antônia Maria da Silveira (S Jorge); 
José de Quadros (S Jorge) e Anna Maria (S Jorge); 
José Rodrigues (Fayal) e Mariana Ignácia (Fayal); 
José da Silva (S Jorge) e Francisca Maria (S Jorge); 
José de Araújo (S Miguel) e Rita Maria (S Miguel); 
José de Souza Machado (S Jorge) e Anna Maria (S Jorge); 
Lourenço Machado (S Jorge) e Maria Ignácia (S Jorge); 
Luís José Viegas (Graciosa) e Ana Teresa de S José (Fayal); 
Miguel Affonso Leal (S Jorge) e Teresa de Jesus (S Jorge; 
Miguel Teixeira (S Jorge) e Maria da Conceição (Pico); 
Manoel de Araújo Pavão (S Miguel) e Maria de S Antônio (Pico); 
Manoel Cardoso (Pico) e Gracia Maria (Terceira); 
Manoel Dias Mancebo (Terceira) e Catharina Perpétua (Terceira); 
Manoel Gomes Rocha (Terceira) e Micaela Ignácia (Terceira); 
Manoel Lucas (Terceira) e Josefa Ramos (Fayal); 
Manoel Machado Borba (S Jorge) e Catharina Maria (S Jorge); 
Manoel Pereira da Luz (Fayal) e Maria do Rosário (S Jorge); 
Manoel de Quadros Machado (Graciosa) e Quitéria Maria (Fayal); 


Manoel Pereira Soares (S Jorge) e Mariana da Silveira (S Jorge) Este casal teve Matheus Soares da Silva, conforme registro de batismo e padrinhos.
116.Fl. 3014; 08/12/1752;Matheus; fleg. Manoel Pereira Soares e Mariana da Silveira; ambos naturais da Ilha de São Jorge;A P.: Antônio Gomes e Catarina Dias, naturais da Ilha de São Jorge;A. M.: Manoel da Silveira e Susana Teixeira, ambos naturais da Ilha de São Jorge;Padr.: Manoel de Ornelas e Teresa de Ornelas, filhos de Jerônimo de Ornelas Menezes e Lucrécia Lemes Barbosa; todos moradores na freguesia de Viamão. Os pais mandados “...todos por ordem de Sua Magestade para as novas povoações do Rio Grande de São Pedro”.

Manoel Ribeiro da Silva (Fayal) e Manuela Maria Ribeiro (Terceira); 
Manoel Rodrigues Ruivo (Fayal) e Bárbara da Conceição (S Jorge); 
Manoel Rodrigues (Fayal) e Maria de Freitas (Fayal); 
Manoel Silveira (S Jorge) e Maria da Silveira (S Jorge); 
Manoel da Silveira Gonçalves (S Jorge) e Maria de Jesus (S Jorge); 
Manoel da Silveira Machado (S Jorge) e Maria Rosa (S Jorge); 
Manoel Teixeira de Quadros (S Jorge) e Maria de Jesus (S Jorge); 
Pedro de Araújo Lopes (S Miguel) e Agueda de Nazareth (Pico); 
Roque Ferreira (Pico) e Maria da Conceição (Terceira); 
Sebastião Teixeira Machado (S Jorge) e Luzia Antônia (S Jorge); 
Simão Dias Gonçalves (Fayal) e Maria do Rosário (Fayal); 
Simão Ferreira (Terceira) e Maria Antõnia (Terceira); 
Thomaz Furtado (Fayal) e Rosa Ignácia (Terceira); 
Thomé Machado (S Jorge) e Izabel da Conceição (Fayal); 
Vicente da Silva (Pico) e Maria de São João (S Jorge). 


Fonte: [O PATRIMÔNIO HISTÓRICO NO CONTEXTO DA REDE URBANA DO RIO GRANDE DO SUL: O CASO DA REGIÃO DO VALE DO RIO PARDO] Doris Maria M. de Bittencourt Luiz Carlos Schneider Heleniza Ávila Campos Clarissa Robaina Leite Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC




Igreja de Santo Amaro - Patrimonio Historico Nacional (1787)
Fonte: http://nandamuller.blogspot.com.br/2009/01/santo-amaro-do-sul-general-camara.html


Manoel Pereira Soares e Mariana da Silveira, nascidos na Ilha São Jorge, que passaram por Florianópolis, Rio Grande e Porto d'Ornellas, o Porto dos Casais ou Porto Alegre, antes de chegar a Santo Amaro, tiveram SEIS (06) filhos.

Meu antepassado Matheus Soares da Silva, nasceu em 1752 e foi o primeiro bebê a nascer nesta terra, filho dos açorianos. Seu local de nascimento foi Viamão.

Batismos de Viamão e Santo Amaro

Fonte: http://www.viamaoantigo.com.br/Primeiro%20Livro%20de%20Batismos%20-%20Viamao.pdf


126.Fl. 32v.; 10/04/1753;
Vicente; fleg. Manoel Francisco Silva e Luzia de Jesus; ambos naturais da Ilha do Faial.
Avós Paternos.: Francisco de Matos Lindo e Catarina do Rosário, ambos naturais da Ilha do Faial;
Avós Maternos: Francisco Dutra e Maria Pereira, ambos naturais da Ilha do Faial.
 Padrinho: José Raimundo de Ornelas e Gertrudes Magna de Menezes, desta freguesia;
Os pais são “casais de sua Majestade manda para as novas povoações das missões”.
O padre Thomas Clarque batizou “por ausência do Reverendo Vigário e com comissão sua”.

130.Fl. 33v.16; 20/05/1753;
Antônio; fleg. José da Rosa e Catarina Gracia; ambos naturais da Ilha do Faial bisp. de Angra;
Avós Paternos: João Correia e Isabel da Rosa, naturais da Ilha do Faial;
Avós Maternos: Manoel Pereira e Violanda Gracia, naturais da Ilha do Faial;
Padrinho: Manoel Fernandes Lima, natural de Portugal, e Maria ?, natural da Ilha do Faial;
Os pais são “casal que sua Majestade manda para as Missões”

131.Fl. 33v.; 20/05/1753;
Maria; fleg. Tomas Furtado e Rosa Inácia; ambos naturais da Ilha Terceira bispado de Angra freguesia da Vila da Praia;
Avós Paternos: Mateus Furtado e Ana Pereira, naturais da Ilha Terceira;
Avós Maternos: : Antônio Leal e Beatriz Inácia, naturais da Ilha Terceira
Padrinho: Manoel Pereira Dantas, natural de Portugal, e Maria Jacinta de Jesus, das Ilhas
Os pais são “dos casais que sua Majestade manda para as Missões”

176.Fl. 4525; 18/02/1754;
Manoel; fleg. João da Silveira Machado e Ana Maria; ambos naturais da Ilha de São Jorge;
Avós Paternos: Francisco da Silveira de Matos e Ana Machado, ambos naturais da Ilha de São Jorge;
Avós Maternos: Francisco Teixeira e Maria Jorge, ambos naturais da Ilha de São Jorge;
Padrinhos.: Caetano de Souza Lopes e s/m Maria de Souza;
os pais são “dos cazais que Sua Magestade manda para Missões.
O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”.

181.Fl. 4627; 11/03/1754;
Manoel; fleg. Manoel Teixeira e Maria de Jesus; ambos naturais da Ilha de São Jorge;
A. P.: Antônio de Quadros e Maria Cardoso, naturais da Ilha de São Jorge;
A. M.: Manoel de Ávila e Maria da Luz, naturais da Ilha de São Jorge;
Padr.: Ventura Pereira Maciel e Maria Justa Soares, da freguesia de Viamão
Os pais são “dos casais que Sua Magestade manda para Missões”

183.Fl. 46v.29; 17/03/1754;
Ricarda; fleg. Francisco da Rosa e Maria Rosa; ambos naturais da Ilha do Faial;
A. P.: João da Rosa e Helena Gracia, naturais da Ilha do Faial;
A. M.: Manoel Gracia e Maria Pereira, naturais da Ilha do Faial;
Padr.: José Antunes de Quevedo e Justina Furtada; dos casais que Sua Majestade manda para as Missões.
O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

188.Fl. 48; 14/04/1754;
José; fleg. Luís da Silva Ferreira e Maria Jacinta; ele natural do Rio das Mortes bisp. das Minas, ela não consta;
A. P.: João Dias de Oliveira e Teresa de Jesus, “não sabe de onde São naturais”;
A. M.: Antônio da Rocha e Maria de Jesus, naturais da Ilha Terceira;
Padr.: Manoel Pereira Dantas, solteiro, e Luzia Inácia, casada; “casal de El Rey mandados para as Missões” assistente em Viamão

197.Fl. 50v.33; 14/06/1754;
Maria; fleg. Manoel Rodrigues e Maria Teresa; ambos naturais do lugar de Castelo Branco freg. de Santa Catarina na Ilha do Faial;
A. P.: Lourenço Rodrigues e Josefa de Freitas, naturais da Ilha do Faial; A. M.: Manoel de Medeiros e Catarina Vieira, naturais da Ilha do Faial;
Padr.: João da Silveira e Isabel da Conceição;
os pais são da “conduta que Sua Magestade manda para Missões”. O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

199.Fl. 51; 25/06/1754;
Maria; fleg. Jacinto Mateus da Silveira e dona Isabel Francisca de Bittencourt; ambos batizados e naturais da Ilha de São Jorge;
A. P.: Pedro da Silveira Souza e Maria de São Pedro;
A. M.: Francisco Machado Fagundes, capitão, e dona Úrsula de Bittencourt, naturais da Ilha de São Jorge;
Padr.:João de Azevedo e s/m Maria de Magalhães, da freguesia de Viamão;
Os pais são casal que sua Majestade manda para as Missões. O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

200.Fl. 51; 25/06/1754;
Feliciano; fleg. Bartolomeu Vieira e Antônia Francisca do Carmo; ambos naturais da Ilha da Madeira;
A. P.: João Rodrigues e Josefa Maria, naturais da Ilha da Madeira;
A. M.: Manoel Martins e Felipa da Silva, naturais da Ilha da Madeira;
Padr.: Feliciano José da Silva e Custódia Maria de Albuquerque;
Os pais são casal que sua Majestade manda para Missões. O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

203.Fl. 5235; 08/07/1754; João; fleg. Caetano de Souza Nunes e Paula Maria; ambos naturais da Ilha de São Jorge Vila Nova do Topo; A. P.: João Leal e Maria Nunes, naturais da Ilha de São Jorge; A. M.: Antônio Cardoso e Isabel Pereira, naturais da Ilha de São Jorge; Padr.: Miguel Afonso Leal e Ana das Candeias; a madrinha é dos casais de sua Majestade manda para Missões; O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

210.Fl. 54; 15/09/1754; Manoel; fleg. João Machado e s/m Maria Josefa; ele natural da freg. de Nossa Senhora das Neves na Ilha de São Jorge, ela da freg. de Santa Bárbara na Ilha Terceira bisp. de Angra; A. P.: João Machado Teixeira e Maria Alvares, naturais da Ilha São Jorge; A. M.: Francisco Dievos e Maria da Rosa, naturais da freg. de Santa Bárbara; Padr.: Manoel Pereira Linhares e s/m Joana Inácia os pais e padrinhos são casais de El Rey que vão para as Missões; O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

219.Fl. 57v.; 26/10/1754; Antônio; fleg. Manoel Duarte de Amaral e s/m Rosa Maria; ele natural da freg. de Nossa Senhora da Luz na Ilha do Faial do bisp. de Angra, ela da Ilha de São Jorge; A. P.: José Garcia de Amaral e Maria Vieira, naturais da Ilha do Faial; A. M.: Manoel Coelho e Luzia de Souza, naturais da Ilha de São Jorge; Padr.: Antônio de Souza dos Santos e dona Maria Justa Soares, casada com Manoel Rodrigues Braga, morador em Viamão; os pais são casal de El Rey que passam para as Missões. O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

221.Fl. 58; 12/11/1754; Antônio; fleg. Antônio Pereira e Maria de Azevedo; ele natural de Urzelina da Ilha de São Jorge, ela da freg. de Santa Ana da Ilha de São Jorge; A. P.: Simão Teixeira e Maria Pereira, moradores na Ribeira Seca da Ilha de São Jorge; A. M.: Antônio de Azevedo e não consta avó; Padr.: Antônio Pereira Machado e s/m Maria do Rosário; todos dos casais de El Rey que passam para as Missões. O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

222.Fl. 58v.; 18/11/1754; Francisco; fleg. Francisco Machado Fagundes e dona Rita de Bittencourt; ambos naturais da Ilha do Pico bisp. de Angra; A. P.: Manoel Machado da Silveira e Maria do Rosário, naturais da freg. da Ponte na Ilha do Pico; A. M.: Francisco Machado Fagundes, capitão, e dona Úrsula de Bittencourt, naturais da vila das Velas da Ilha de São Jorge; Padr.: Manoel Machado da Silveira; solteiro e caixeiro de Antônio José Fiúza, e Isabel Francisca de Bittencourt, casada com Jacinto Mateus; os pais são casal de El Rey que vão para as Missões. O padre Thomas Clarque registra “por ausência do Reverendo Pároco e com comissão sua batizei”

240.Fl. 63; 10/04/1755; José; fleg. Francisco da Costa e Ana Maria; ambos naturais da Ilha de Santa Maria bisp. de Angra;
A. P.: André da Costa e Clara de Souza;
A. M.: José da Costa e Domingas de Souza;
Padr.: José Caetano e s/m Francisca de Souza; todos casais de El Rey que vieram para as Missões moradores na fortaleza de Santo Amaro

256.Fl. 67v.; 05/10/1755;
Maria; fleg. Francisco Dutra da Costa e Agueda de São José; ambos naturais da freg. da Praia na Ilha do Faial;
A. P.: Estácio Dutra e Agueda Dutra, naturais da freg. da Praia na Ilha do Faial;
A. M.: Manoel Gracia e Páscoa da Silveira, naturais da freg. da Praia na Ilha do Faial;
Padr.: Antônio Dutra e Teresa Maria, casada; os pais e avós são casal de El Rey moradores na fortaleza de Santo Amaro

257.Fl. 67v.; 08/10/1755; Ana; fleg. Antônio Gonçalves Brandão e Teresa Maria; ambos naturais da freg. de São Mateus na Ilha do Pico; A. P.: Antônio Gonçalves Brandão e Rosa Maria, naturais da freg. de São Mateus na Ilha do Pico; A. M.: Manoel Dutra e Maria Gracia, naturais da freg. de São Mateus na Ilha do Pico; Padr.: André Machado, solteiro, e Maria Rosa, por procuração; todos são dos casais de El Rey, assistentes na fortaleza de Santo Amaro


266.Fl. 7052; 19/03/1756; Catarina; fleg. João Ferreira de Faria, soldado, e Francisca Josefa; ele natural Lisboa de Santa Catarina de Montesinai, ela da Ilha de Santa Maria; A. P.: Gaspar Ferreira Lima e Antônia da Luz; A. M.: Antônio de Oliveira e Catarina Cardoso, naturais da Ilha de Santa Maria; Padr.: capitão José Freire de Andrada, solteiro, e Maria Rosa, casada; todos moradores no forte de Santo Amaro, os pais e avós são casais de El Rey que vieram para as Missões.

268.Fl. 70v; 20/03/1756; Matias; fleg. João de Dorneles e Catarina Inácia; não consta naturalidade; A. P.: Lázaro Gonçalves e Isabel da Rosa; A. M.: Souza Rego [não há prenome] e Catarina de Souza, naturais da freg. da Praia da Ilha Terceira; Padr.: José Caetano Proforto [ou Profarto] e s/m Francisca de Souza; todos casais de El Rey moradores no forte de Santo Amaro

269.Fl. 70v.; 23/03/1756; José; fleg. Antônio Dutra e Ana Maria; ambos naturais da Ilha do Pico; A. P.: Manoel Dutra e Agueda Rodrigues, naturais da Ilha do Pico; A. M.: Francisco Ferreira Frade e Maria Gularte, naturais da Ilha do Pico; Padr.: Salvador Lourenço e s/m Francisca de São José; casais de El Rey, moradores em Santo Amaro

270.Fl. 71; 23/03/1756; Brígida; fleg. Manoel Teixeira e Maria de Jesus; ambos naturais da Ilha de São Jorge; A. P.: Antônio de Quadros e Maria Cardoso, naturais da Ilha de São Jorge; A. M.: Manoel D’Ávila e Maria da Luz, naturais da Ilha de São Jorge; Padr.: Antônio Ferreira Leitão e Maria da Conceição; são todos casais de El Rey moradores na fortaleza de Rio Pardo.

271.Fl. 71; 25/03/1756; Maria; fleg. José Martins e Jacinta Rosa; ambos naturais da Ilha Terceira; A. P.: Antônio Gonçalves e Margarida Martins, naturais da Ilha Terceira; A. M.: João Martins e Maria da Conceição, naturais da Ilha Terceira; Padr.: Mateus Simões, solteiro, e Francisca de São José, casada; todos moradores no forte de Santo Amaro.

272.Fl. 71v.; 25/03/1756; José; fleg. João Jorge Chaves e Ana da Conceição; ele natural do Rio de São Francisco, ela não consta; A P.: Salvador Jorge Chaves e Joana de Atayalas, naturais do Rio São Francisco; A. M.: Belchior Cabral e Joana Fernandes, naturais da Ilha de Santa Maria; Padr.: Francisco Furtado e Maria Francisca, solteiros; assistentes no forte de Santo Amaro

284.Fl. 74v.; 09/08/1756; Ana; fleg. José Machado de Siqueira e Maria de Assunção; ambos naturais e batizados na freg. de Santo Agostinho da Ribeira Seca Ilha de São Jorge; A. P.: Manoel Machado Teixeira e Catarina de Siqueira, naturais e batizados na freg. de Santo Agostinho da Ribeira Seca Ilha de São Jorge; A. M.: Pedro Gregório Teixeira e Luzia de Souza, naturais e batizados na freg. de Santo Agostinho da Ribeira Seca Ilha de São Jorge; Padr.: Francisco de Couto e s/m Maria de São Francisco; todos casais das Ilhas que vieram para as Missões, os pais e avós são moradores no forte de Santo Amaro

288.Fl. 75v.; 28/09/1756; José; fleg. Tomé Machado e Isabel da Conceição; naturais da Ilha do Faial; A. P.: “declaram não conheceram seus pais”; A. M.: “declaram não conheceram seus pais”; Padr.: Francisco de Oliveira Ferreira e s/m Luzia Rodrigues de Almeida; os pais são dos casais das Ilhas, assistentes em Santo Amaro.


300.Fl. 79; 18/04/1757; João; fleg. André Machado e Luzia Inácia; não consta naturalidade; A. P.: Manoel Machado e Leonor do Rosário; A. M.: Antônio da Rocha Mendes e Maria do Rosário, naturais da Ilha do Faial; Padr.: padre José Carlos da Silva e Joana de (Jesus), solteira; casais que vieram para as Missões.

303.Fl. 79v.; 10/06/1757; Joana; fleg. Manoel Teixeira e Maria de Jesus; naturais das Ilhas dos Açores; A. P.: “não declaram quem eram seus pais”; A. M.: “não declaram quem eram seus pais”; Padr.: Miguel Afonso, viúvo, e sua filha Joana de Jesus; os pais são casal de El Rey que vieram para Missões

304.Fl. 80; 10/06/1757; Maria; fleg. João da Silva da Silva e Josefa Teresa; casal das Ilhas; A. P.: não consta; A. M.: não consta; Padr.: Manoel Rodrigues e s/m Maria Teresa; todos assistem no mesmo forte de Santo Amaro onde foi batizada a inocente pelo frei Bernardo de Godói, religiosos do Carmo. Casais das Ilhas que vieram por El Rey para as Missões.

305.Fl. 80; 10/05/1757; José; fleg. Francisco da Rosa e Maria da Rosa; casal das Ilhas; A. P.: não consta; A. M.: não consta; Padr.: João da Silveira e Mariana do Rosário; todos assistentes no forte de Santo Amaro onde foi batizada a inocente pelo frei Bernardo de Godói, religioso do Carmo. Casal das ilhas que vieram por el Rey a estas Missões.



A espera dos açorianos




Enquanto ocorriam as Guerras Guaraníticas, os açorianos imigrantes aguardavam a posse das terras brasileiras. 

Em 1746, o rei de Portugal comunicara aos habitantes das ilhas dos Açores a oferta de uma série de vantagens aos casais que decidissem imigrar para o sul do Brasil. De acordo com Assis Brasil, Santa Catarina recebeu 860 pessoas em 1750. Veja mais informações em http://assisbrasil.org/

Da monografia de Alexandra Alvin, retirei a figura a seguir, que representa as Ilhas dos Açores.

























O governador Manoel Escudeiro de Souza distribuía os casais açorianos da Ilha de Santa Catarina
para o Sul. Em 1751, o Tenente Francisco Barreto Pereira Pinto foi encarregado de trazer casais açorianos em número de 60, para a Capitania do Rio Grande de São Pedro (atual Rio Grande do Sul).

Em janeiro de 1752, os 60 casais açorianos (aproximadamente 300 pessoas) se deslocaram em uma nau, a fim de ocupar a região das missões, mas ficaram retidos, primeiramente na Vila de Rio Grande, em seguida, no Porto D"Ornellas, atual Porto Alegre, na lagoa do Viamão. Lá ficaram, orientados a ajudar na construção de barcas para conduzir as tropas lusas à região missioneira.

Dizem que estes açorianos, na espera, abandonados a própria sorte, em pleno verão portoalegrense montaram choupanas de taipa e barro, coberta de capim, erguendo-se aqui e ali, com a pressa de construir seu abrigo, as margens da Lagoa de Viamão (Guaíba).

Procurei os nomes destes indivíduos que chegaram da Ilha de Santa Catarina, passando pela Vila de Rio Grande e chegando ao Porto D"Ornelles. Um site que traz alguns nomes, na maioria masculinos, é http://lealevalerosa.blogspot.com.br/2012/03/porto-alegre-em-montagem_1395.html  

Entre os nomes apresentados no site referido acima, negritei os dos pais de Matheus Soares da Silva, meu antepassado, nascido no Porto de Viamão em 8/12/1752: Manoel Pereira Soares e Mariana da Silveira. Ambos vieram da Ilha de São Jorge.

Gregório Gonçalves - Gregório Machado - Francisco Pereira - Bernardo Machado  - Manoel de Espindola - Antônio Martins de Souza  - José Nunes - André Silveira - Manoel de Mendonça - Manoel Gonzaga - Manoel Machado - Antônio Machado - Joaquim de Bittencourt - Luis José Viegas - João Nunes - Teresa Nunes - Francisco Garcia - Manoel de Aguiar Laranja - Antônio Francisco - Manoel Nunes Goulart - Manoel Cardoso - Francisco da Fonseca - Antônio Machado Figueiredo - José Silveira Pereira - Antônio de Souza - José Silveira da Luz - João Inácio, Francisco Garcia (II) - Antônio de Souza Brasil - Manoel Furtado - Antônio Silveira - Manoel Pereira Pinheiro - Manoel Lemos - Tomé Teixeira - Simão Dias - Tomé Machado - Manoel Machado da Silveira - Henrique José - Maria Inácia - Jerônimo de Oliveira - José M. Torrão - Manoel Pereira Soares - Mariana da Silveira - Antônio L. Fernandes - Manoel Silveira - José de Borba - Antônio da Cunha - Francisco de Borba - Antônio da Silveira (II) - Manoel de Borba - Francisco Machado de Borba - Caetano de Borba - Silvestre Vieira - José Antônio da Silva - Manoel Cardoso Beirão - José Silveira de Brito - Vital de Oliveira - Bernardo de Oliveira - Manoel Ferreira Gonçalves - Manoel Pinheiro.

Outra fonte cita os seguintes nomes:

Desses 60 casais, conservamos os nomes de 59 homens, eram eles:

- Gregório Gonçalves, Manoel Ferreira Gonçalves,
- Francisco Pereira, José Silveira Pereira,
- Gregório Machado, Bernardo Machado, Manoel Machado, Antônio Machado, Tomé Machado, Manoel Machado da Silveira, Manoel Silveira,
- Manoel de Espindola,
- Antônio Martins de Souza, Antônio de Souza,
- José Nunes, André Silveira, Manoel de Mendonça, Manoel Gonzaga,
- Joaquim de Bittencourt, Luis José Viegas,
- João Nunes, Teresa Nunes,
- Francisco Garcia, Manoel de Aguiar Laranja, Antônio Francisco,
Manoel Nunes Goulart, Manoel Cardoso, Francisco da Fonseca, Antônio Machado Figueiredo, José Silveira da Luz,
- João Inácio, Francisco Garcia (II), Antônio de Souza Brasil, Manoel Furtado, Antônio Silveira, Manoel Pereira Pinheiro, Manoel Lemos, Tomé Teixeira, Simão Dias, THenrique José, Maria Inácia, Jerônimo de Oliveira, José M. Torrão, Antônio da Cunha, Antônio da Silveira (II), Silvestre Vieira, José Antônio da Silva, Manoel Cardoso Beirão, José Silveira de Brito, Vital de Oliveira, Bernardo de Oliveira, Manoel Pinheiro.
- Manoel Pereira Soares, Mariana da Silveira,
- Antônio L. Fernandes,
- José de Borba, Francisco de Borba, Francisco Machado de Borba, Caetano de Borba, Manoel de Borba,

Na região de Porto Alegre, já moravam entre outras famílias, os seguintes portugueses que chegaram anteriormente:

1) Jerônimo de Ornellas Meneses e Vasconcellos (1732), que passou a administração da propriedade do filho Raimundo de Ornellas e mudou para Villa de Santo Amaro (Triunfo) em 1957.

2) Dionísio Rodrigues Mendes (1735),

3) Sebastião Chaves Barcelos (1736),

4) Francisco Antônio da Silveira, o “Chico da Azenha” (1751), veio com os primeiros casais açorianos deslocados da Ilha de Santa Catarina para a Vila de Rio Grande. Chegando ao porto de Rio Grande, os casais desta primeira leva abandonaram a nau e somente sua família, resistiu até o final desta primeira viagem e chegou a Porto Alegre. Os demais casais foram assentados à entrada da Barra, hoje cidade de São José do Norte. 

Em 19 de outubro de 1752, chegou a primeira tropa que se instalou em Porto Alegre,  naquele porto, nas terras de Jerônimo de Ornellas, para dar assistência aos açorianos que estavam construindo os barcos junto à Lagoa do Viamão e levá-los às terras que deveriam ocupar na região das Missões.

A tropa era formada por exploradores paulistas transformados em militares. como mostra a carta do Rey enviada à Colonia em 15-02-1753, dirigida a Diogo do Mendonça Corte Real:

“Mandei indagar o melhor caminho para terra das Missões; espero os exploradores (Paulistas) para a determinação que deve tomar no transporte das famílias (de açorianos) que daquela vila (Rio Grande) se hão de ir estabelecer nos seus destinos, tendo já algumas famílias e tropa em Viamão para subirem o rio Grande acima e, no caso de guerra, atacar a aldeia de S. Ângelo e, no do estipulado (no Tratado), povoá-lo”.

Veja em: http://lealevalerosa.blogspot.com.br/2012/03/porto-alegre-em-montagem_1395.html


Os casais açorianos que seguiram para as missões e pararam em Triunfo/RS, a espera da conclusão dos conflitos guaraníticos, foram acompanhados do Padre Faustino Antônio de Santo Alberto.

Em 19 de outubro de 1752, no Porto do Viamão ou d’Ornellas (atual Porto Alegre), nas terras de Jerônimo de Ornellas, chegaram “60 milicianos” da tropa do coronel Cristovão Pereira de Abreu, comandados pelo capitão Matheus de Camargo Siqueira (a primeira tropa que se instalou em Porto Alegre, após a chegada dos casais açorianos), para dar assistência aos habitantes, que foram destacados para construir barcos junto a Lagoa do Viamão (Lago Guaíba) que levassem tropas lusitanas e os Casais Açorianos as terras que deveriam ocupar na região das Missões.

Destes 8 eram “negros” (talvez os primeiros da região).

- Junto com os milicianos veio um capelão militar nomeado, da Ordem Carmelita, FreiFaustino Antônio dos Santos Alberto Silva para servir de capelão aos casais das ilhas, foi erguida uma pequena capela, com a invocação a “São Francisco Xavier”, homenagem ao santo jesuíta.


Em 23 de novembro de 1752, no Porto de Viamão (atual Porto Alegre), se lê na Provisão de Gomes Freire de Andrade:

Fico entregue de 60 pessoas que consta na lista acima, todos com suas armas e assim mais oito machados, sete facões, dois caldeirões e cinco tachos, dois surrões de bala e um dito de munição que de tudo conta como também de um barril de pólvora encapado e outro encestado o que recebi do coronel Cristovão Pereira de Abreu.”


Margem do rio de Viamão, 23 de novembro de 1752.

(Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul)


Alguns casais açorianos foram embora com as tropas para o interior do Continente, e os que ficaram aguardando o fim dos Conflitos Guaranis, receberam autorização deJerônimo de Ornellas Meneses e Vasconcellos (dono das terras) para plantar pequenas hortas para subsistência em cantões de sua estância, outros se empregaram como artesões no reparo e construção de “sumacas, fragatas, brigues e fazer canoas”junto a Ribeira (área próxima ao Mercado Público), este ofício que originou uma tradição que perdurou por séculos, os estaleiros na orla do Guaíba.

Na espera, abandonados a própria sorte, em pleno “Verão”, as margens da Lagoa de Viamão (Guaíba) montaram choupanas de taipa e barro, coberta de capim erguendo-se aqui e ali, na pressa do colono em construir seu abrigo, e aguardaram, mesmo após o término dos conflitos, durante quase 20 anos, quando por final irão receber suas “Datas”(lotes de terras) de 281.250 braças quadradas (2.200 m x 616 m = 135,5 hectares).

Fonte: http://www.alfredo.com.br/arquivos/gentrop1.pdf

As estâncias jesuíticas




A Companhia de Jesus teve uma atuação notável no sul do Brasil, na área antigamente sob o domínio espanhol (1580-1640) que compreendia todo o oeste dos atuais estados meridionais. Ali se formou uma civilização à parte da brasileira, mas também baseada no sistema de aldeamentos de indígenas adotado pelos jesuítas portugueses em outras partes do Brasil, as Reduções ou Missões.

Em 1626, conforme conta Mário Maestri, jesuítas cruzaram o rio Uruguai e fundaram missões, a partir do noroeste do atual Rio Grande do Sul, sobretudo com populações guaranis. 

Em 1634, foram importados 1.500 bovinos para formar os rebanhos dos dezesseis povos do Tape. As reduções existentes  neste período foram destruídas pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Assaltados pelos paulistas escravizadores, em 1636-38, os índios missioneiros abandonaram o gado, fugindo para a outra banda do Uruguai. O rebanho multiplicou-se, atravessou os rios Jacuí-Ibicuí em direção ao sul, formou a enorme vacaria do Mar, entre o oceano e os rios Jacuí e Negro.  

Em 1682, os guaranis missioneiros retornaram ao atual Rio Grande do Sul para barrar o saque das vacarias dos pampas e o avanço lusitano. A abundância de gado na região e o desejo da coroa espanhola de assegurar a posse daquelas terras, em virtude da crescente presença portuguesa no sul podem ter motivado o retorno. Os Sete Povos das Missões foram fundados nesta derradeira onda colonizadora jesuíta na região. Neste mesmo ano, foi fundado o primeiro dos Sete Povos: São Francisco de Borja, seguido por São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel. Diferente das demais reduções gaúchas, a redução de São Borja foi a única formada por índios da matriz étnica “charrua”.

As grandes estâncias missioneiras, delimitadas por rios, riachos, matas, serros, etc., como conta Mário Maestri, subdividiam-se em sedes e postos, com aldeias de dez a doze famílias, com suas capelas, currais, plantações, etc., povoadas por posteiros, que domesticavam e tratavam os animais nos rodeios e cuidavam para que não fugissem. 

No Planalto, estâncias menores, próximas aos Sete Povos, invernavam o gado trazido pela Boca do Monte [atual Santa Maria] e pelo Boqueirão [atual Santiago], para o consumo dos povos. A criação missioneira assumiu o caráter de produção pastoril extensiva que foi herdado pelas futuras estâncias luso-brasileira, disseminadas na Campanha, nas Missões, nos Campos Neutrais e no norte do atual Uruguai.

Na região de Cruz Alta, a maior parte das estâncias jesuíticas estava localizada no 2o Distrito, onde situaram-se também nossos ancestrais.

A região mais Meridional de Cruz Alta, compreendendo São Martinho (depois Júlio de Castilhos e Tupanciretã) e, ao Leste da Povoação de Cruz Alta (Cadeado), devido a presença de campos abertos, propícios para a criação, eram tomadas por inúmeras estâncias Jesuíticas.

Muitas fazendas, possessões de tropeiros paulistas e rio-grandenses, herdaram os nomes e antigas Estâncias Jesuíticas, ou de seus Postos, e até hoje os conservam. Já campos ao Norte e Leste tinham matas, ervais e começaram posteriormente a serem povoados.

A quase totalidade dos campos de Cruz Alta estava sob a jurisdição da Redução de São João Batista, sendo que os campos de SÃO JOÃO e SÃO MIGUEL, compreendiam boa parte do 2º distrito, segundo a primeira divisão da freguesia de Cruz Alta.

Dentro da estância de SÃO PEDRO ficavam os postos de São Miguel Mirim, Santo Inácio, Tupanciretã, Durasnais de São Martinho e São João. Pertencia, ainda, ao Povo de São João Batista os postos de Santa Maria (Tupanciretã) e São João Mirim; a ESTÂNCIA DA CONCEIÇÃO, com os postos de São Francisco Solano, São João de Deus, São Domingos e Santo Antônio; a ESTÂNCIA DE SÃO MIGUEL, com os postos de São Pedro, São Fabiano, Santo Isidro, São José Tujá, São João Mirim, Santo Inácio, Menino Jesus e Santo Antônio.

Dados obtidos em: http://www.genealogiacorrea.com.br/GENTROP7.pdf


Fonte: http://www.nhecuanos.com.br/arti.htm


A economia pastoril dos Sete Povos, fortemente apoiada na extração animal, constituiu a pré-história das estâncias sul-rio-grandenses. Ao final de seu texto, Mario Maestri destaca que a 
grande diferença entre as duas sociedades foi o caráter do trabalho e da propriedade da terra, coletivo nas missões guaranis, privado nas fazendas luso-brasileiras. Para que, após a ocupação militar lusitana das Missões, em 1801, as estâncias coletivas guaranis fossem melhor repartidas em sesmarias privadas, exploradas com o braço escravizado e assalariado, era necessário que desaparecesse na memória histórica regional aqueles longos e estranhos tempos em que as pampas e os gados eram de todos, e não apenas de alguns poucos.
Leia o texto de Mário Maestri na íntegra no link http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1382

Guerras Guaraníticas




O Tratado de Madri, datado de 1750, foi firmado entre Portugal e Espanha para definir limites entre suas respectivas colônias. O Tratado de Tordesilhas, que situava em Laguna/SC o marco divisor de terras entre os dois países, foi revogado. O resultado do Tratado de Madri foi a permuta da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões.

Em 1707, a redução de São Borja, na região missioneira, já contava com 2814 habitantes. De acordo com o blog http://lealevalerosa.blogspot.com.br/ que trata de imagens e história de Porto Alegre, as Missões contavam com uma população de 30 mil pessoas, no total, à época do Tratado de Madri.

As Guerras Guaraníticas ocorreram entre 1752 e 1756. Formam um conjunto de enfrentamentos entre, de um lado, os exércitos de índios guaranis que viviam sob a tutela da Companhia de Jesus na Província Jesuítica do Paraguai, e de outro, os exércitos coligados de Espanha e Portugal.

A resistência de jesuítas e índios à execução do Tratado de Madri resultou nas Guerra Guaraníticas. Os padres jesuítas espanhóis não se conformaram com a troca e índios missioneiros se revoltaram. Algumas tribos aceitaram se deslocar para outras regiões, outras não. Os açorianos que estavam a caminho das terras a serem desocupadas pelos guaranis missioneiros e jesuítas ficaram a esperar.

Alexandre Vieira escreveu uma tese sobre os argumentos de jesuítas e índios para resistir ao Tratado. Segundo o pesquisador, estes resistiam a qualquer poder, seja português ou espanhol, que pretendesse "negar-lhes direitos de propriedade e exercício das virtudes próprias das comunidades cristãs".

Nas Guerras Guaraníticas, muitos índios morreram. Os portugueses ocuparam os territórios conquistados no Rio Grande do Sul.  O avanço dos portugueses sobre o território foi um decisivo passo para a desarticulação do projeto jesuíta missional indígena que vigorou na América do Sul nos séculos dezessete e dezoito.

A tese de Vieira, defendida em 2005 no Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC, está disponível em
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/102712/230079.pdf?sequence=1



Árvore Genealógica




Por que eu sou assim? Será que outros foram assim antes de mim? Por onde começar, para compreender a própria origem?

A proposta é estabelecer ligações entre os ancestrais e as terras que ocuparam quando imigraram para o Rio Grande do Sul. 

Nos últimos anos, tem sido meu hobby ler escritos de interessados em genealogia que tratam da trajetória de famílias açorianas que fixaram-se em sesmarias no caminho para as Missões e para a Fronteira Oeste, pois esta é a origem de minha família.

Não sei das motivações dos outros estudiosos. Para mim, esta brincadeira  ajuda a compreender um pouco de minha cultura familiar e do meu "jeito" pessoal de ser. Tendo a ser forte em minhas afirmações e teimo, muitas vezes, em minhas posições. Finco o pé numa zona de fronteira e defendo meu "posto" até o reconhecimento de meu "lugar".

Estou fazendo a árvore usando o sistema disponível em http://gw.geneanet.org/  
O endereço da árvore que estou construindo é http://gw.geneanet.org/gloriatody_w

Dois trabalhos são grandes referências para mim na busca por minha origem.

Minha primeira fonte de inspirações e conteúdos é o blog de Marília Gottens, intitulado "Reminiscências". Marília tem ligação familiar comigo. Ela é descendente de Duarte Joaquim da Silva e eu sou descendente de José Bonifácio da Silva, ambos filhos de Bonifácio Soares da Silva, nascido em 1814.

O endereço para o blog de Marília é http://mariliagudollegottens.blogspot.com.br/

Outro trabalho que consulto há anos, em substituição às leituras de cabeceira, é a "Genealogia Tropeira", uma coletânea de material histórico e genealógico organizada por Cláudio Nunes Pereira e publicada em 2006. Organiza-se em volumes e lembro de ter consultado os volumes 2 e 3.

Este trabalho está disponível em http://www.alfredo.com.br/arquivos/gentrop8.pdf

Com o tempo, irei selecionando os conteúdos que mais me chamam a atenção e postando neste blog que está começando.

Árvore Genealógica


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Das ilhas ao continente




Comecei este blog para reunir informações sobre ancestrais que vieram dos açores para compor o povo do Rio Grande do Sul.

Os primeiros imigrantes, desde os açores, Eram "casais d'El Rey", também chamados de "casais de número". Passaram por Florianópolis, antes de chegar ao Rio Grande. Deslocaram-se para a fronteira Oeste desde Viamão e se arrancharam por longo período em Santo Amaro, próximo ao Rio Jacuí.

O trabalho de Adriano Comissoli, disponível em http://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/10584/6224
mostra que os trajetos seguidos pelos açorianos para alcançar as Missões eram dois. Seguindo estes trajetos, podemos encontrar a localização geográfica dos casais estabelecidos no Rio Grande do Sul.

Quando o governador do Rio de Janeiro veio estabelecer os limites do Tratado de Madri, muitos dos homens dos casais açorianos foram obrigados a segui-lo na expedição demarcadora, indo por dentro da campanha até as Missões. O ataque dos índios missioneiros impediu a entrada nesse território, fazendo com que governador, expedição e ilhéus tivessem de recuar até o forte de Rio Pardo, que acabara de ser construído. Muitos açorianos chegaram a Rio Pardo desta forma e uma quantidade ainda maior permaneceu em Rio Grande, uma vez que a operação de transporte não se efetuou totalmente. 

Outra fração dos casais deveria ser conduzida para as Missões através de uma segunda rota. Dentre estes casais, estão meus ascendentes. A partir de Rio Grande, seguiam até a freguesia de Viamão, atravessando a Lagoa dos Patos em barcaças. Em Viamão, alojavam-se nas margens do lago Guaíba, esperando o transporte fluvial rio Jacuí acima. Subindo o Jacuí, com escala no armazém militar de Santo Amaro, deveriam prosseguir até Rio Pardo. Esta rota explica o porquê de encontrarmos grupos de açorianos espalhados ao longo do lago Guaíba e rio Jacuí.

As marcações no mapa a seguir mostram locais de nascimento de meus ascendentes, ao longo do tempo e do caminho do litoral ao continente.


O trabalho de Luisa Duran, disponível em http://nea.ufsc.br/files/2011/04/LUISADURAN.pdf, apresenta como se configurou no mapa a ocupação da província de São Pedro do Rio Grande, no período de 1747 a 1777.