quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Quevedos/RS



Li no site da Prefeitura de Quevedos/RS que o paulista José de Quevedo de Macedo, falecido em 1842, casado com Ana Gomes da Silva Santos chegou ao local em  que está hoje o município 1802.

Tiveram Januário Gomes de Quevedo, casado com Francisca Lopes de Almeida. Este casal teve Salvador Gomes de Quevedo, casado com Felisberta Antônia Rodrigues. Estes tiveram Hipolito Gomes de Quevedo, que casou-se com Mafra da Cunha Silveira.

O texto do site indica que nesta época este distrito era chamado São Xavier das Missões.

Em 1834, passou a pertencer ao município de São Martinho da Serra, 2o Distrito de Cruz Alta.

A partir de 1877, com a denominação de "Rincão de Quevedos", fazia parte de São Xavier, 3o Distrito de São Martinho, ao qual ficaria pertencendo até 1901.

Em São Martinho, viviam também Matheus e Agostinho Soares da Silva. Agostinho faleceu em 1848, na Estância de São Pedro, no segundo distrito de Cruz Alta, próximo a Júlio de Castilhos e Tupaciretã. A neta, Amabília Soares de Leiria, assim como Vasco Soares da Silva e Eduardo José da Silva ainda estavam lá nos campos de São Pedro em 1876.

Amabília e Vasco eram também netos de Matheus Soares da Silva, pois seus pais eram primos: Antônio Soares da Silva (1788) era filho de Matheus e Rosa Maria do Nascimento (1808) era filha de Agostinho.

Parece que as possibilidades de casamento entre famílias não eram tantas assim na região das Missões nas primeiras décadas do Século XIX.

Será interessante identificar as fronteiras entre as terras das famílias, enquanto vou procurando os parentescos.


Mafra da Cunha Silveira era irmã de Senhorinha, ambas filhas de Raimundo da Cunha da Silveira (1822-1874) e Guilhermina Hipolita Pereira.

Senhorinha foi mãe de Zélia e Julieta de Lima e Silva, que foram casadas com Flodoardo Martins da Silva. Depois de viúvo de Julieta, com quem casara em Itaqui, Flodoardo casou-se com Zélia e teve mais filhos, entre os quais, meu avô Antônio Augusto de Lima e Silva, pai de minha mãe, nascido em Uruguaiana/RS.












domingo, 6 de setembro de 2015

Alegrete/RS



Em busca dos ascendentes, lemos textos sobre o Alegrete dos anos 1816 a 1835.

Um dos artigo se concentra na análise das relações de compadrio dos oficiais milicianos, na capela de Alegrete, entre 1816 e 1835. As principais fontes empregadas para isso são os registros de batismo e as correspondências oficiais.

O artigo de Luis Augusto Farinatti pode ser lido em http://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/download/htu.2012.163.03/1298

O universo de pessoas que compareceram perante a pia batismal da capela reflete essa heterogeneidade. Em um total de 2.624 registros, 81% eram batismos de pessoas livres, 1% de libertos e 18% de escravos.

Segundo o texto, no dia 1º de fevereiro de 1823, o tenente João Batista de Castilhos e sua mulher, dona Julia Joaquina da Silva, levaram seu filho Thomaz, de 4 meses de idade, para batizar na capela de Alegrete, na província do Rio Grande do Sul. Os padrinhos foram o tenente-coronel Bento Manoel Ribeiro e sua esposa, dona Maria Mâncio da Conceição (Family Search, s.d.). É possível imaginar que o ato tenha ganhado algum destaque naquele povoado de fronteira. Tratava-se de duas famílias da elite da região: grandes fazendeiros, importantes oficiais milicianos, sesmeiros.

A constatação de que os grupos dominantes locais portavam essas características é um lugar-comum historiográfico. O problema é que, muitas vezes, os questionamentos param exatamente onde deveriam começar. O que podemos mesmo saber sobre esses setores de elite?

Nas primeiras décadas do século XIX, os lusobrasileiros promoveram movimentos de conquista das
áreas disputadas com o Império colonial espanhol, localizadas a oeste e sul do Rio Grande de São Pedro. Esses movimentos geraram a apropriação de territórios da margem esquerda do rio Uruguai, dantes pertencentes aos povoados missioneiros guaranis. Tratavam-se de zonas ricas em animais vacuns e cavalares. Ali, eles estabeleceram unidades produtivas dedicadas à pecuária e, em menor
escala, à agricultura, trouxeram suas famílias e adquiriram escravos africanos.Dentro desse contexto, as diferentes parcialidades de guaranis missioneiros tomavam posições diversas: aliavam-se a algum dos lados em guerra, migravam, buscavam se recolocar em suas antigas possessões, agora sob novas e instáveis ordenações políticas. Além  de tudo, remanescentes dos grupos charrua e minuano também procuravam sobreviver e manter sua autonomia (FARINATTI, p.296).

Foi sobre esse território de fronteira, de povoamento multiétnico, que os luso-brasileiros ergueram uma capela, em 1812, às margens de um dos afluentes do Rio Ibicuí. O primeiro edifício da capela foi queimado, quatro anos depois, pelas forças artiguistas. Reconstruída, em 1817, nas proximidades do Rio Ibirapuitã, a capela passou a servir de referencial para o governo imperial português e
também para a população que ali se instalava, sob o nome de Nossa Senhora da Conceição Aparecida de Alegrete. Sua imprecisa jurisdição serviria de base para a criação do município de Alegrete, em 1831 (FARINATTI, p.296).


Entre as sesmarias identificadas no Alegrete a partir de 1814 estão:

Nome: Anacleto Francisco Goularte
Ano: 1814
Concessor: D. Diogo de Souza
Extensão: 1 légua de frente, 3 de fundos
Confrontação a oeste com Albano Machado, Manoel Vargas, a Leste, com Manoel Antonio Severo, Manoel Francisco

Nome: Antonio de Araujo
Ano: 1814
Concessor: D. Diogo de Souza
Extensão: 11 léguas de frente, 12 de fundo

Nome: Antonio Jose da Silva
Ano: 1823

Nome: Florencio Antonio de Araujo
Ano: 1815

Nome: Floriano Alves de Araujo
Ano: 1816
Extensão: 1 legua de frente, 3 de fundos

Nome: João de Lima
Ano: 1814
Concessor: Dom Diogo de Souza
Extensão: Confronta ao Norte com Albino de Lima

NOme: João Pereira Soares
Ano 1814
Concessor: D Diogo de Souza
Extensão: Perto do Caverá e da estânica de São Luiz

Nome: Joaquim Francisco da Silva
Ano: 1816
Concessor: Marques de Alegrete
Extensão: 1 légua de frente, 3 de fundos

Nome: José da Silva Pereira
Ano: 1821
Concessor: Manoel Marquês de Souza
Extensão: 1 légua frente, 3 de fundos, São Martinho

Nome: José Francisco Rodrigues
Ano: 1823

Nome: Joaquim Luiz da Cunha
Ano: 1814
Concessor: Dom Diogo de Souza
Extensão: 3/4 légua frente, 3 de fundos



Albino Pereira de Lima





Contam Moreira e Matheus que, em 11 de janeiro de 1840 faleceu, aos sessenta anos, Albino Pereira de Lima, natural de Taquari. O velho Albino foi enterrado no cemitério de uma de suas duas estâncias, na localidade de Toropasso. Ele foi um dos primeiros sesmeiros da região onde foi instalado o município de Alegrete, tendo recebido carta de sesmaria do governador da Capitania, Dom Diogo de Souza, em 1814.

(http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/viewFile/131/100)

Albino era um dos potentados locais, tendo ligação com a parcela da elite alegretense que lutou na Revolução Farroupilha – como fica claro em seu inventário, onde a viúva e testamenteira, Dona Manoela Leocádia de Abreu, sua segunda esposa, declara que os escravos Américo e Salvador não deviam ser arrolados, pois se achavam junto ao Exército Republicano. Tudo isso é explicado no artigo dos referidos autores, no site indicado acima.

Será Albino ascendente de Albino Conceição de Lima, casado com Senhorinha da Cunha Lima, mãe da bisavó Zelia? Será mais um ascendente açoriano que iniciou a vida no Rio Grande do Sul, na região de Rio Parto, Santo Amaro e Taquari, esperando receber sesmaria na fronteira Oeste.

Albino Pereira de Lima, segundo aponta o referido artigo, casou algumas de suas filhas com outros indivíduos bem situados socialmente, caso de Dona Francisca Carolina de Lima, que contraiu matrimônio com Vasco José de Abreu e Dona Mafalda Francisca de Lima que desposou, primeiro, José Monteiro Mâncio e, depois do falecimento deste, o Coronel José Ribeiro de Almeida, irmão do Marechal Bento Manoel Ribeiro.

Albino Pereira deixou à Dona Manoela uma significativa fortuna (descontadas as dívidas, o monte-mor chegou a 121 contos). Dentre vários terrenos e casas no município, Manoela Leocádia herdou uma morada de casas na praça central, com oito janelas de frente, no valor de cinco contos. No segundo distrito Albino possuía duas estâncias, onde criava mais de 14 mil cabeças de gado, 1400 animais cavalares, 4 mil ovelhas, além de casas, mangueiras, outras benfeitorias e extensas terras. Ele ainda possuía outros bens nos municípios de São Borja e Rio Pardo. No inventário também constam 46 escravos.

Fico curiosa para saber se este senhor é meu ascendente, pois sei que o foi Albino Conceição de Lima. Em busca de informações sobre este último, pai da vó Zélia, vi que, em São Borja, em 1909, Albino Conceição de Lima, Major, Conselheiro Municipal, Dono de comércio na Gal. Osório, esquina Gal. Marques. Participou da instalação da primeira loja macônica de São Borja em 1898

Fonte
[http://www.lojaapariciomariense.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=116&Itemid=105]

Porém, para manter o sobrenome, Albino deve ser descendente de homens, e não de mulheres, já que estas adotam o sobrenome do marido... então, devo ir em busca dos filhos de Albino Pereira de Lima para testar a hipótese de que meu comprovado ascendente seja dele descendente.