terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Tropeiros, milicianos e alferes

Novamente sobre São Martinho


Boa parte do elemento humano que povoou a região de Cruz Alta se deu a partir do tropeirismo. Eram paranaenses ou paulistas que vieram do Norte, saindo de Sorocaba, Itu ou Itapeva, em São Paulo, ou Curitiba, Castro, Ponta Grossa e Lapa no Paraná e chegando a Lages em Santa Catarina ou aos campos de Cima da Serra(Santo Antônio da Patrulha), Vacaria e Lagoa Vermelha no Rio Grande do Sul, num primeiro momento e, às Missões ou Cruz Alta e Passo Fundo, no Planalto Médio, num segundo momento (Gentrop vol. 2).

Pela antiga Estrada das Missões haviam alcançado os Campos de Cima da Serra e por eles o Planalto Médio do Rio Grande do Sul, onde participaram da fundação das suas primeiras comunidades campeiras. Pela nova Estrada das Missões se estendem para o atual Oeste catarinense e para as regiões do Alto-Uruguai, no Rio Grande do Sul. Aqui atuaram no desbravamento dos Campos de Nonoai e na fundação e povoamento de Palmeira das Missões (Roselys Velloso Roderjan).

O isolamento que caracterizou as primeiras comunidades, originou populações diminutas que ocupavam vastos espaços físicos, vivendo em seus sítios e fazendas, enquanto que as vilas e povoados cresciam lenta e pobremente.

A região mais Meridional de Cruz Alta, compreendendo São Martinho( depois Júlio de Castilhos e Tupanciretã) e, ao Leste da Povoação de Cruz Alta( Cadeado), devido a presença de campos abertos, propícios para a criação, eram tomadas por inúmeras estâncias Jesuíticas. Muitas fazendas, possessões de tropeiros paulistas e rio-grandenses, herdaram os nomes e antigas Estâncias Jesuíticas, ou de seus Postos, e até hoje conservam esses nomes. Já campos ao Norte e Leste tinham matas, ervais e começaram posteriormente a serem povoados.

MARIA EFIGENIA DO ÂGUIAR (D.) 1 leg. de frente por 3 legs. do fundos
Campos na fronteira do Rio Pardo, confrontando: ao Norte com uma vertente que nasce na
Coxilha e corre para a Serra Geral; ao Sul, com a dita Serra Geral, ao nascente, immediata á
Estrada Velha do tempo dos hespanhões e divide os da campos de Matheus Soares da Silva; a
Leste, com a Invernada de Antônio Rodrigues de Andrade e, a Oeste, com o Arroio Ibicuhy.
Manoel Marques de Souza, fidalgo da casa de S. M. El-Rey. 1821

LUIZ JOSÉ DA SILVA 1 leg. de frente e 3 leg. de fundos
Sobras de uns campos na fronteira do Rio Pardo dos quaes está de posse Agostinho
Soares e sitos á margem do rio lbay3.
Marquez de Alegrete 1818 208

JOSÉ LUIZ MENNA BARRETO 1 leg. de frente e 3 de fundos(não excedendo a)
Sobras de uns campos na fronteira de Rio Pardo, denominados São Pedro, juntos ao
banhado grande, que separa a Estancia da Conceição de São João, e onde se acha
estabelecido Agostinho Soares.
Marquez de Alegrete 1816 86

ANNA CÂNDIDA VIEIRA 3 leg. de frente fundos
Campos sitos á margem do rio Bahy(?)* 5, fronteira de Rio Pardo. Confrontam: a Leste com
o campo mixto e a posse de Ricardo Antônio de Mello vendida a Joaquim Pardo; a Oeste com
outro de Agostinho Soares, separados pelo mesmo rio; ao Norte com campos devolutos, e ao
Sul com a parte do pertencente ao Capitão Carlos dos Santos Barreto, onde faz divisa com o
mencionado rio.* Deve ser o arroio Imbahá.

MANOEL DA ROCHA E SOUZA 1 leg. de frente 3 leg. de fundos
Rincão de campo na fronteira do Rio Pardo, que confronta: ao Norte com o arroio
Guassupy6; ao Sul com a Serra Geral; a Leste com um durasnal grande, donde nascem duas
vertentes — uma desagua nas cabeceiras do Ibicuhy e a outra no dito Guassupy; a Oeste faz
fundos á mesma Serra Geral.
Marquez de Alegrete 1818 

ANTÔNIO CAETANO DE SOUZA 1 leg. de frente por 3 de fundos
Sobras nos campos na fronteira do Rio Pardo, sitos no logar denominado Santo Antônio e
de que estava de posse Carlos dos Santos Barreto. Dividem-se, pela frente, com campos de
Matheus Soares; por um lado com campos de Agostinho Soares e pelos fundos com a Serra de
São Martinho.
Dom José Castel Branco, Conde da Figueira 1818


Sesmarias que mencionam os irmãos Agostinho e Matheus Soares da Silva.

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