sábado, 1 de outubro de 2016

Matheus Soares da Silva

O trabalho de Alexandra Alvin conta que o apadrinhamento era uma estratégia de posicionamento na estrutura social entre os açorianos, observando o processo naquela localidade. Ela afirma que este sesmeiro foi padrinho de muitas crianças nascidas em Santo Amaro, assim como seus genros e outros familiares.

A estudante do curso de História da UFRGS analisou registros de batismo do período de 1757 a 1774. Os Registros foram feitos pelo Padre Tomás Clarque, primeiro pároco de Triunfo. Naqueles tempos o registro batismal atestava o nascimento, pois a igreja fazia o papel do Estado. As crianças eram batizadas poucos dias após o nascimento. Para ler o trabalho, acesse:

Uma cópia ainda existente da certidão de batismo de Matheus atesta que foi afilhado do pioneiro Jerônimo de Ornellas. Este foi o primeiro sesmeiro de Porto Alegre e é antepassado de boa parte da população riograndense. Tendo chegado ao Rio Grande do Sul em 1732, mudou para Villa de Santo Amaro (Triunfo) em 1957, onde faleceu em 1771.



Fonte: http://mariliagudollegottens.blogspot.com.br/2011/11/genealogia-de-nossos-ancestrais-silva.html

Matheus e Agostinho tiveram quatro irmãs: Antônia, Ana, Teresa e Juliana.

Antônia casou-se com José Francisco da Silveira. Ana teve dois casamentos. Teresa casou-se com Bento Coelho e Juliana casou-se com Clemente Carlos dos Reis. Quem seriam estes cônjuges, na localidade de poucos habitantes que era Santo Amaro? Descobriremos e postaremos!

Já sabemos que, no ano de 1803, Processo nº: 3946, foram inventariados Clemente Carlos dos Reis e sua mulher Juliana Soares da Silva, que possuíam 02 escravas, 02 feminino Teresa, 16 anos, e Leocádia. O inventário correu na vara de famílias e sucessões da comarca de Porto Alegre. Permaneciam em Santo Amaro?

Quem sabe, os encontraremos na lista de militares que seguia com os açorianos pelo Jacuí, de Viamão para a terra prometida?

A árvore a seguir mostra os irmãos de Matheus Soares da Silva,a mulher, os pais e os avós.
Vendo a figura observamos que Manoel e Antônio, os avôs de Matheus, ambos nascidos em São Jorge, carregam os sobrenomes "Gomes da Silva" e "da Silveira Silva". As avós, por sua vez, também nascidas em São Jorge, são "Dias da Silveira" e "Teixeira da Silva".

Relembrando os nomes dos açorianos que chegaram neste grupo a Porto Alegre, vemos que outros casais carregavam estes sobrenomes. Seriam primos, irmãos ou parentes? Ou a distribuição de sobrenomes era aleatória e condicionada por determinantes que não se pode identificar?

É belo observar, curtindo os blogs dos interessados pelo assunto, que o irmão de Matheus, Agostinho, nasceu anos depois, já na freguesia de Triunfo, em 1762. O grupo avançara até Santo Amaro pelo Jacuí, e ali ficara por anos, esperando o fim das Guerras Guaraníticas.
Uma referência interessante para conhecer mais sobre a trajetória dos açorianos, das ilhas ao continente, é o trabalho de conclusão de curso de Alexandra Lis Alvim. Ela estudou os registros batismais feitos em Santo Amaro/RS, quando esta povoação ainda pertencia à freguesia de Triunfo/RS.

Em 27 de fevereiro de 1772, quando assentado com sua família na localidade de Santo Amaro, Matheus Soares da Silva, irmão nascido em 1752 em Viamão, casou-se em Triunfo com Maria Angélica de Jesus. Ela era filha do casal Matheus Corrêa e Josefa Maria, oriundos da Ilha de São Jorge, tal como os pais de Matheus Soares da Silva. Ela nasceu em São José do Norte quando seus pais estavam assentados na entrada da Barra, pois eram do grupo dos primeiros casais deslocados, e não daquele que seguiu do Porto dos Casais para Santo Amaro com os milicianos. 

Matheus tinha 20 anos de idade quando casou. Li no blog de Marília Gottens. Os pais do casal, Manoel Pereira Soares e de Mariana da Silveira, eram açorianos de São Jorge. O testamento dos pais de Matheus Soares da Silva foi aberto em Rio Pardo em 1810. Os filhos de Matheus nasceram a partir de 1775. A primeira filha foi Gertrudes Soares da Silva.

Encontramos o inventário de Mateus Pereira da Silva, que foi casado com Gertrudes. No ano de 1800 – Processo nº: 3945, vemos a descrição de que possuía 09 escravos, 05 masculino, 04 feminino. É possível. Sendo assim, Mateus deixou Gertrudes com 04 filhos pequenos que foram criados pelo segundo marido, Manuel Francisco da Silva, com quem teve mais 06 filhos antes de morrer, aos 50 anos de idade, já em Santa Maria, em 1825.

Veja mais sobre Matheus Soares da Silva e Maria Angélica de Jesus em

http://mariliagudollegottens.blogspot.com.br/2011/12/arvore-de-costado-de-matheus-soares-da.html

O capitão-engenheiro Alexandre José Montanha, era braço direito do governador José Marcellino de Figueiredo, veio de Portugal em 1766, para servir como capitão durante seis anos, mas acabou ficando 16. Deixou importantes realizações a assessorou o governador em todos os seus planos, montando bases militares e fixando populações. Além de demarcar as datas de terra aos casais açorianos em Porto Alegre, também em Santana das Lombas, em Taquari (primeiro povoado açoriano do RGS), em Estreito e Santo Amaro (Triunfo).

A 08 de agosto de 1772, no Porto dos Casais (atual Porto Alegre), nova distribuição de terras, mas nem todos compareceram para pegar o Certificado.

O primeiro açoriano a receber o título das terras foi Antão Pereira, faleceu logo depois, a viúva assumiu a posse.
Em 02 de setembro de 1780, o Capitão Montanha foi promovido a Sargento-Mor, dois anos depois pediu para voltar a Portugal onde deixou família.

http://lealevalerosa.blogspot.com.br/2012/03/porto-alegre-em-montagem_1395.html

REFERÊNCIAS


ALVIN, Alícia Lis. Das ilhas ao continente...Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/66954/000870063.pdf?sequence=1

PUFAL, Diego de Leão. A família Câmara, in blog Antigualhas, histórias e genealogia, disponível em http://pufal.blogspot.com.br/



http://mariliagudollegottens.blogspot.com.br/2011/11/genealogia-de-nossos-ancestrais-silva.html

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